
Philippe Coutinho comemora com seus companheiros após marcar gol durante partida contra a Bolívia, válida pela fase de grupos da Copa América – 14/06/2019 Ueslei Marcelino/Creative Commons


















Alexandre Salvador, Danilo Monteiro, Lucas Mello e Luiz Felipe Castro
Philippe Coutinho e Everton salvaram uma noite que começou linda e empolgante, mas poderia ter sido trágica no Morumbi, em São Paulo. Com dois gols na segunda etapa do camisa 11, o novo líder técnico do time na usência de Neymar, e um do atacante do Grêmio, a seleção brasileira venceu a Bolívia por 3 a 0 na abertura da Copa América em casa, diante de 47.260 espectadores que passaram a maior parte do tempo em silêncio. Não foi a estreia dos sonhos, mas o suficiente para manter a confiança do time de Tite, que buscará o nono título continental e, assim, encerrar um jejum de 12 anos sem a taça.
Depois de uma festa de abertura pirotécnica e empolgante, um show de luzes mais pensado para a TV, mas que também impressionou a torcida presente, o primeiro tempo foi desastroso, sob todos os aspectos. A seleção ficou presa na marcação e levantou bolas a esmo na congestionada área boliviana, sem resultado algum. A torcida paulista, conhecida por sua exigência, também não impulsionou o time e impressionou pelo silêncio.
Tabela completa da Copa América 2019
Os jovens Richarlison e David Neres foram os que mais buscaram jogo, enquanto Roberto Firmino, que retomou a titularidade, e Philippe Coutinho tiveram atuação discreta até então. O volante Fernandinho, substituto de Arthur, recebeu um surpreendente (ainda que tímido) apoio das arquibancadas – o mesmo não ocorreu nas redes sociais –, e garantiu segurança defensiva, mas ajudou pouco o ataque. A primeira metade terminou sob vaias e um clima melancólico no Morumbi.
Tite optou por não mexer no time e, logo no início do segundo tempo, Coutinho tratou de transformar o ambiente, em tabelinha com o VAR. O árbitro argentino Nestor Pitana, assim como fez na final da Copa do Mundo de 2018, assinalou um pênalti em toque de mão, de Jusino Cerruto, com a ajuda da tecnologia. O estádio, enfim, acordou, e o meia do Barcelona bateu bem, no canto direito baixo de Carlos Lampe, para marcar o primeiro, aos cinco minutos.
O clima mudou, a Bolívia se descuidou na defesa e, três minutos depois, o Brasil ampliou quando Firmino arrancou pela direita e serviu Coutinho com precisão. O camisa 11 completou de cabeça e celebrou mais uma atuação convincente, assim como nos amistosos preparatórios. O silêncio voltou a reinar por alguns minutos e Tite decidiu mexer totalmente no ataque: entraram Gabriel Jesus, Everton e Willian nas vagas de Firmino, Neres e Richarlison.
O time melhorou e o atacante gremista voltou a levantar o público com uma jogada belíssima: foi costurando pela esquerda e, da entrada da área, finalizou forte, com curva e sem chances para Lampe. Sem Neymar, cortado por lesão em meio a denúncia de estupro e agressão, as vagas no ataque parecem abertas, já que nenhuma opção é incontestável, mas todas já tiveram bons momentos. Na segunda partida, o Brasil enfrentará a Venezuela, na Fonte Nova, em Salvador, na próxima terça-feira, 18.