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Favoritões e favoritinhos

A Copa nem tinha começado e o “mapa do favoritismo” estava claramente traçado. Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha eram os favoritões. Itália, Holanda, Inglaterra, França e, vá lá, Bélgica eram os favoritinhos. Pois a Copa começou e a bola já dá as primeiras respostas O Brasil estreou como costuma estrear. Jogo nervoso, problemas aqui e […]

A Copa nem tinha começado e o “mapa do favoritismo” estava claramente traçado. Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha eram os favoritões. Itália, Holanda, Inglaterra, França e, vá lá, Bélgica eram os favoritinhos. Pois a Copa começou e a bola já dá as primeiras respostas

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O Brasil estreou como costuma estrear. Jogo nervoso, problemas aqui e acolá, vitória suada no final. A Inglaterra surpreendeu mostrando um jogo ofensivo contra a Itália. Nada de covardia. Ousadia ao escalar um menino de 19 anos que, como Bernard, tem alegria nas pernas. Só que os ingleses jogaram como nunca e perderam como sempre. E a Itália, com sua escassez de recursos técnicos, fez o que costuma fazer em Copas do Mundo: mostrou a força da camisa. Se deixarem, a Itália vai avançando. A Inglaterra precisa correr atrás dos pontos para superar a primeira fase.

E a Holanda, que conseguiu uma goleada sobre a campeã do mundo? Que time é esse? O esquema tático holandês pode se explicar em dois numerinhos, 7 por 3. É mais ou menos assim que joga a equipe. Os 7 jogadores de defesa e meio-campo fazem o diabo para a facilitar a vida dos três grandes atacantes: Van Persie, Sneijder e Robben. A Holanda, portanto, pode pleitear uma transferência de “classificação”. Que tal sair de favoritinha para favoritona?

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Na mão contrária, a Espanha deveria tomar um rebaixamento. Foram seis ou sete anos de domínio no mundo da bola. Duas Eurocopas e uma Copa do Mundo, para ficar só nas taças principais. A Fúria dominou os gramados e não deixava ninguém tocar na bola. Tique-taque era o ritmo de um jogo bonito, dominador e seguro. A Espanha ficava tanto com a bola que os adversários não tinham chance de arranhar a hegemonia.

Pois tudo isso é história. É coisa do passado. A Espanha não domina mais o futebol mundial. A derrota do ano passado na Copa dos Confederações foi a primeira suspeita. O 3 a 0 de Neymar, Fred e companhia foram um tremendo sacode. Ah, mas os espanhóis tinham vindo ao Brasil em ritmo de férias. Pode ser. Só que a derrota de anteontem não permite mais desculpas, principalmente porque a goleada (5 a 1) poderia ter sido ainda mais vexatória.

A Espanha tentou, digamos, flexibilizar o tique taque. Menos toque de bola, mais objetividade. Convocou o artilheiro do Atlético de Madrid, o brasileiro Diego Costa, que é grandalhão e joga de forma vertical, sem essa frescurada de toque pra cá e toque pra lá. O técnico Vicente del Bosque tentou propor uma nova paella, só que com os mesmos ingredientes. Tentou mudar a forma de jogar da equipe, mas convocou os mesmos atletas (dezesseis foram campeões em 2010 e, claro, estão quatro anos mais velhos, mais cansados e com menos sangue nos olhos, pois já ganharam tudo).

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A Espanha pode se classificar no grupo B, mesmo após a estreia vergonhosa. Pode até se classificar em segundo lugar, pegar o Brasil nas oitavas e eliminar o time de Felipão. Pode, porque assim é o futebol. Mas isso não muda a realidade. A Espanha não domina mais o mundo do futebol. Os 5 a 1 da Holanda deixaram isso evidente.

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