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Camarões com chuchu

Como todos os meus dezessete leitores e meio (não esqueçam do anão) estão cansados de saber, continuo aqui em Brasília. Estacionei meu Dodge Dart 73, enferrujado, na porta do estádio Zé Mané, batizado em homenagem ao contribuinte otário que pagou por este elefante branco superfaturado. Como sempre, não assisti a Brasil e Camarões, para que […]

Agamenon Mendes Pedreira
Agamenon Mendes Pedreira VEJA

Como todos os meus dezessete leitores e meio (não esqueçam do anão) estão cansados de saber, continuo aqui em Brasília. Estacionei meu Dodge Dart 73, enferrujado, na porta do estádio Zé Mané, batizado em homenagem ao contribuinte otário que pagou por este elefante branco superfaturado. Como sempre, não assisti a Brasil e Camarões, para que o resultado da partida não influenciasse a minha opinião isenta e imparcial. Por isso mesmo, aproveitei que estou na Copa em plena Capital Federal e resolvi arrumar uma bolada!

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Bola da VEJA: como VEJA mostra a Copa do Mundo

Infelizmente, o Congresso, os ministérios e autarquias estavam todos fechados, o que muito dificulta as jogadas tão comuns do esporte nacional de Brasília, a roubalheira. Felizmente, encontrei uma funcionária que estava atendendo na Secretaria das Piranhas, ligada ao Ministério da Pesca. A servidora “púbica” me atendeu de lingerie vermelha (é ligada ao PT), cinta-liga e meia arrastão e exigiu que eu pagasse a propina antes de começar o programa. Programa assistencialista, é claro! Em seguida, a funcionária de vida fácil mostrou que realiza um excelente trabalho de inclusão digital. Me explicou também que a Secretaria das Piranhas tem um projeto de fundo ecológico. Mais de fundo do que ecológico. O Ministério da Pesca quer impedir a extinção das vorazes piranhas porque elas são um verdadeiro símbolo da hospitalidade brasileira, recebendo de braços (e outras partes) abertos os turistas que chegaram há pouco de fora. Vamos salvar as nossas piranhas, esse importante e cultural peixe de rio! De Rio, de São Paulo, de Brasília, tem piranha em tudo que é lugar.

Também fiz questão de dar uma passada no Presídio da Papuda, onde está concentrada a Seleção do Mensalão. Delúbio, Genoino e o capitão Zé Dirceu infelizmente não puderam ir torcer pela seleção no Mané Garrincha, mas cada um na sua cela fez parte da grande “corrente” pelo Brasil. Mesmo porque corrente é coisa que não falta em presídio. Fiquei muito impressionado com as nababescas instalações da Granja Comary do PT. No Brasil, para quem tem grana é mais difícil entrar numa cadeia do que sair. Por via das dúvidas, preferi ficar na portaria.

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Mas, para não ficarem dizendo que fui a Brasília e não vi o jogo (o que é pura verdade), só posso dizer que a seleção crustácea de Camarões chegou estragada a Brasília (o oceano mais próximo fica a quilômetros de distância), provocando um desarranjo no time do Brasil no primeiro tempo, que fez várias ca$#@!¨%$#das. Nos primeiros 45 minutos, a família Scolari era Neymar e mais dez. No segundo, tempo os camaroneses nadaram, nadaram (no cerrado) e acabaram morrendo na praia, que, como já disse, fica a quilômetros de distância. A seleção do Felipão, apesar de ganhar com folga, mostrou que não Fred nem sai de cima. Além de Hulk, o Brasil tem outro super-herói: Fred, o homem invisível.

Agamenon Mendes Pedreira é jornalista superfaturado

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